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SUSTENTABILIDADE

A origem da palavra sustentabilidade, ou seja, o seu significado etimológico, aponta que sustentabilidade é a capacidade de suportar, manter, amparar, impedir que alguma coisa caia; conservar na mesma posição, a capacidade de fornecer ou garantir o necessário para a sobrevivência no planeta. Não existe uma definição universal do que sustentabilidade significa na conjuntura econômica, social e ambiental. Vários autores e pensadores interpretam o tema, cada qual sobre sua ótica de desenvolvimento, seja ele econômico, da sociedade do meio ambiente ou deste conjunto como um único organismo. Podemos, entretanto afirmar que o termo é evocado a partir da preocupação do homem com a exploração dos recursos finitos da natureza.
 
De acordo com Martins (2003, p.1) a preocupação da comunidade internacional com os limites do desenvolvimento do planeta datam da década de 60, quando começaram as discussões sobre os riscos da degradação do meio ambiente. Tais discussões ganharam tanta intensidade que levaram a ONU a promover uma Conferência sobre o Meio Ambiente em Estocolmo (1972). No mesmo ano, Dennis Meadows e os pesquisadores do “Clube de Roma” publicaram o estudo Limites do Crescimento. O estudo concluía que, mantidos os níveis de industrialização, poluição, produção de alimentos e exploração dos recursos naturais, o limite de desenvolvimento do planeta seria atingido, no máximo, em 100 anos, provocando uma repentina diminuição da população mundial e da capacidade industrial.
 
Em junho de 1973, em reunião do Conselho Administrativo do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), em Genebra, surgiu a proposta de uma via intermediária entre o desenvolvimento e a conservação ambiental, com o nome de ecodesenvolvimento, formulada pelo canadense Maurice Strong (Diretor Executivo do PNUMA). Apesar de surgido com Strong, o conceito de ecodesenvolvimento foi ampliado por Ignacy Sachs, agregando, além das questões ambientais, as sociais, as de gestão participativa, a ética e a cultura.
 
Tayra (2009, p.1) compartilha que o relatório “Nosso Futuro Comum”, lançado em 1987 (também conhecido como “Relatório Brundtland”), veio atentar para a necessidade de um novo tipo de desenvolvimento capaz de manter o progresso em todo o planeta e, no longo prazo, ser alcançado pelos países em desenvolvimento e também pelos desenvolvidos. Nele, apontou-se a pobreza como uma das principais causas e um dos principais efeitos dos problemas ambientais do mundo. O relatório criticou o modelo adotado pelos países desenvolvidos, por ser insustentável e impossível de ser copiado pelos países em desenvolvimento, sob pena de se esgotarem rapidamente os recursos naturais. Considerando-se esses aspectos o conceito de Desenvolvimento Sustentável foi elaborado. O mesmo foi sintetizado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que estabeleceu que o desenvolvimento pautado na sustentabilidade deve ser capaz de atender as “[...] necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades.
 
Tayra (2009, p. 2) também argumenta que além de ter aumentado a percepção do mundo em relação aos problemas ambientais, a comissão de Gro Harlem Brundtland não se restringiu somente a estes aspectos. O Relatório mostrou que a possibilidade de um estilo de desenvolvimento sustentável está intrinsecamente ligado aos problemas de eliminação da pobreza, da satisfação das necessidades básicas de alimentação, saúde e habitação e, aliado a tudo isto, à alteração da matriz energética, privilegiando fontes renováveis e o processo de inovação tecnológica.
 
O conceito do Triple Botton Line foi criado nos anos 90 por John Elkington, cofundador da organização não governamental internacional SustainAbility; é um “[...] termo criado, que representa a expansão do modelo de negócios tradicional [...] para um novo modelo que passa a considerar a performance ambiental e social da companhia, além da financeira”. O conceito estabelece três variáveis que devem ser desenvolvidas e levadas em consideração concomitantemente. São elas:
 
People – Refere-se ao tratamento do capital humano de uma empresa ou sociedade: salários justos, adequação à legislação trabalhista e ambiente de trabalho agradável. Também é imprescindível atentar para os efeitos da atividade econômica nas comunidades vizinhas ao empreendimento.
 
Planet – Refere-se ao capital natural de uma empresa ou sociedade. É a perna ambiental do tripé. Aqui é importante pensar no pequeno, médio e longo prazo. A princípio, praticamente toda atividade econômica tem impacto ambiental negativo. Nesse aspecto, a empresa ou a sociedade deve pensar nas formas de amenizar e compensar. Deve ser levado em conta a adequação à legislação ambiental e a vários princípios discutidos atualmente como o Protocolo de Kyoto.
 
Profit – É resultado econômico positivo de uma empresa. Essa perna do tripé deve levar em conta os outros dois aspectos.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento (também conhecida como Cúpula da Terra, Eco 92 ou rio 92) realizada em 1992 na cidade do Rio de Janeiro, reuniu 108 chefes de Estado e teve como objetivo introduzir a idéia do desenvolvimento sustentável como um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio norte/sul do planeta e uso dos recursos naturais da Terra.
 
Relação da eficiência energética com o tema Sustentabilidade
Dentro deste contexto a eficiência energética pode ser considerada uma ferramenta do consumo consciente da indústria e sociedade, uma vez que a mesma proporciona otimização no consumo de energia, ou seja, a utilização racional da energia gerada.
 
Existem três formas de praticar a eficiência energética, através de ações culturais com mudanças nos hábitos de consumo; através da aplicação de tecnologias que eliminem os desperdícios inerentes ao sistema e através do retrovif dos equipamentos com troca por performance. Essas diferentes ações devem ser aplicadas em conjunto e somadas as atividades de responsabilidade social empresarial.
 
O desenvolvimento econômico e social tende sempre a criar demanda por mais energia, fato bem documentado no relatório “Um futuro com energia Sustentável: iluminando o caminho” ao mostrar, por exemplo, que, enquanto em países desenvolvidos o consumo de eletricidade chega a 10 mil kWh por pessoa, nos países em desenvolvimento, nos quais está a maior parte da população mundial, esse consumo é menor do que 2 mil kWh por pessoa. A aspiração ao desenvolvimento da maior parte da população mundial só poderá ser realizada se houver um aumento notável na eficiência do uso de energia e na criação de novas fontes de energia que sejam sustentáveis.
Portanto, é importante salientar que mesmo com ações de eficiência energética o desenvolvimento sustentável contempla as mudanças de hábitos, o consumo consciente, a eliminação da obsolescência programada, entre outros fatores que podem, mesmo com ações eficientes, requerer mais geração de energia.
 
O presidente da ABESCO (Associação Brasileira das Empresas de Conservação de Energia) declarou em 2011 que com o trabalho das Escos (Empresas de Conservação de Energia) na energia elétrica, estima-se reduzir 8% em média nos projetos de Eficiência Energética, o que equivale dizer 29 milhões de megawatt-hora/ano (MWh) no Brasil.
 
O Relatório “Um futuro com energia sustentável: iluminando o caminho” também afirma que: “O argumento para avanços em eficiência de uso final torna-se especialmente atraente quando tais avanços podem ser implementados de forma custo-efetiva, uma vez que o investimento em melhoria de eficiência gera retornos (em economias futuras no custo da energia) semelhantes ou melhores do que investimentos conflitantes, bem como podem resultar no mesmo nível e qualidade de qualquer serviço que esteja sendo prestado, seja este de mobilidade, iluminação, ou um ambiente interno confortável. Nesses casos, fomentar a eficiência energética é (por definição) menos caro do que buscar suprimentos adicionais de energia; além disso, pode ser ainda mais vantajoso do ponto de vista social, ao se levarem em conta impactos ambientais e de recursos não internalizados associados à maioria das alternativas de fornecimento.”
 
O uso racional de energia evita a construção de novas plantas de geração que consequentemente geram emissão de dióxido de carbono na atmosfera, conflitos sociais e investimentos financeiros.